Certamente há quem começaria por dizer que o Porto está em terceiro na Liga Portuguesa, que o futebol praticado é "horrível", que o professor Jesualdo "não sabe o que faz", que o Mariano González "não é jogador de futebol" (como já ouvi dizer), que o Rodriguez "já não é o que era" ou até mesmo que o Fernando é uma "sombra do Fernando do ano passado".
Para esses, eu tenho uma resposta:
o Porto pode não estar a fazer um grande campeonato, temos de ser realistas, mas a culpa não vem só dos jogadores, ou até mesmo do esquema táctico do treinador; vem sim da imprensa, nomeadamente a desportiva, que constantemente deita abaixo os feitos alcançados pelos dragões, e "venera" o futebol do Benfica. Para mim, a parte psicológica e emocional no futebol é tanto, ou mais, importante que a parte física, e claramente alguns dos jogadores do Porto carecem de "força" emocional. Vejamos o caso do Mariano González : no passado jogo para a Taça da Liga, em casa, com o Leixões, eu tive o privilégio de assistir o jogo na tribuna V.I.P. do Dragão, numa zona enquadrada com o sentido do ataque portista na primeira parte; d
urante os primeiros instantes do jogo, o Mariano, colado à linha, recebe a bola (numa recepção digna de aplausos) mas perde-a logo a seguir, numa tentativa disparatada de cruzar para a área - escusado será dizer que foi prontamente assobiado e insultado pela assistência e eu notei algum desconforto na expressão corporal do jogador (não deve ser nada fácil ter um estádio inteiro a assobiar um jogador, isso tenho a certeza). No último jogo para a Taça de Portugal, em Belém, o argentino voltou a fazer um jogo pautado por erros sucessivos e perdas de bola infantis e, claro, os adeptos não perdoaram; no final, em plena série de penaltis, Mariano teve a chance de converter em golo a passagem aos quartos-de-final e ouviu-se claramente "Mariano González, Mariano González, Mariano González" pelos Super-Dragões - Mariano falhou e é assobiado. Quero com isto dizer que o Mariano está a ser alvo de uma "marcação cerrada" pelos adeptos, que aproveitam os erros (que são comuns em qualquer jogador, não fosse este um desporto praticados por humanos, e não por máquinas) para o desestabilizar. Meus caros, não é preciso ser um intendido do futebol e da psicologia humana para perceber que estas desestabilizações só vão piorar a performance do jogador; sei bem que, como sendo sócios e por terem pago bilhete, podem criticar a actuação se bem intenderem, mas por favor, e citando um grande treinador, "se é para assobiar, que assobiem a equipa adversária".Voltando ao assunto em questão, o Porto até nem está a fazer maus resultados, veja-se por exemplo na Champions, onde mais uma vez, eliminou o Atlético de Madrid, um histórico do futebol espanhol, desta v
ez por 5-0 on agregate na fase de grupos, terminando em segundo lugar, logo atrás do poderoso Chelsea, que em Inglaterra com uma média de 2,5 golos por jogo, apenas marcou 2 contra o Porto, em 2 jogos disputados (ambos ganhos pelos "blues"); vamos agora jogar contra o Arsenal, um jogo que se prevê difícil para qualquer equipa: estou curioso para ver como o Porto jogará em Fevereiro (de certeza que não será muito diferente do modelo dos últimos jogos) e como o Arsenal estará, visto que a equipa geralmente "estoura" a partir de Fevereiro/Março.De referir ainda que a temporada do Porto ainda não está perdida, muito pelo contrário: está em terceiro na Liga Portuguesa a 6 pontos dos líderes Braga e Benfica (e ainda faltam estes dois virem jogar ao Dragão), vai jogar em casa frente ao Sporting para os quartos-de-final da Taça de Portugal e também em casa para as meias finais da Taça da Liga contra a Académica.
